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Há alturas em que apetece ler um livro, seguir uma história de amor ou de suspense e há outras alturas em que apetece ler uns textos mais pequenos e concisos. Nestas alturas há algumas revistas que são indispensáveis. Não me refiro às chamadas "revistas femininas" que também leio, embora já não compre nenhuma revista desse tipo há meses. Uma das minhas revistas preferidas é a "Volta ao Mundo" já que reunir duas paixões, a leitura e as viagens. Na "Volta ao Mundo" recordo locais por onde já passei ou posso descobrir novos destinos giros para futuras viagens.
Este mês, esta revista tem um novo aliciante. Trata-se de uma edição especial já que todos os textos foram escritos por um dos melhores escritores portugueses da actualidade (do qual sou fã incondicional). José Luis Peixoto fala-nos de Miami, Pequim e Moscovo e das experiências que por lá viveu. Escreve como só ele sabe, com o seu jeito especial de contar histórias, acontecimentos, em prosa e em verso. Uma edição a não perder e a guardar religiosamente.
E, já agora, era bem giro repetir esta experiência com outros autores.
A estátua pensa em tudo o que acontece à sua volta.
Tantos gestos, tantos passos, tanto movimento
difícil de justificar. As pessoas passam, passam as
pessoas, pessoas, pessoas, passam, passam. Ninguém
sabe o que pensam as pessoas que passam. Talvez
pensem que passam, apenas. Talvez não pensem,
apenas passem. As pessoas a passar, a pensar
ou não. Gestos, passos, movimento e a estátua
no centro exato do seu próprio pensamento.
José Luis Peixoto in Volta ao Mundo
sobre Moscovo