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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Perdi o primeiro dia da Feira

Charneca em flor, 30.05.14
Ontem foi dia de feriado municipal do concelho onde trabalho. Quando vi o dia em que começava a Feira do Livro de 2014, pensei "vem mesmo a calhar". Tinha planeado lá ir depois do almoço. Só que, durante a manhã, fui ouvindo que a inauguração era às 17 horas e fiquei convencida que os pavilhões só iam abrir a essa hora. Grande parvoíce porque, novamente pelas notícias, percebi que a Feira abriu à hora normal apesar de a inauguração oficial ser só ao fim da tarde. Uma tarde fantástica desperdiçada. Assim tenho que guardar a vontade para outro dia. O dia só não foi, totalmente, desperdiçado porque comprei este livro por um óptimo preço numa conhecida cadeia de livros e tecnologia.

 

Eu até nem devia comprar mais livros porque tenho imensos livros novos para ler e ainda vou buscar mais à biblioteca como aconteceu com o livro que estou a ler no momento "Memorial do Convento" de José Saramago mas, mesmo que não compre, vale sempre a pena uma voltinha pela Feira.

"Não me contes o fim" de Rita Ferro

Charneca em flor, 08.05.14

Nos últimos tempos tenho feito o próposito de ler mais livros de autores portugueses. Acontece que me apercebi que estava a ler, maioritariamente, obras masculinas. Tenho-me questionado se as mulheres escrevem pouco ou se sou eu que tenho andado muito distraída. Nos últimos meses até houve 2 mulheres que ganharam prémios literários, Gabriela Ruivo Trindade venceu o Prémio Leya com o romance "Uma outra voz" e Alexandra Lucas Coelho venceu o Prémio APE com o romance "E a noite roda". Não deixa de ser um sinal que as mulheres portugueses escrevem e escrevem bem. Não tive ainda oportunidade de ler estes 2 romances mas, aproveitando uma grande promoção de uma conhecida cadeia de venda de livros, comprei este "Não me contes o fim" de Rita Ferro. Já tinha lido mais livros desta autora. Dos livros que já li, posso concluir que ela escolhe sempre uma mulher forte mas perturbada como a peça central dos seus romances. Neste caso, a personagem principal é Lara, uma jovem que nasceu numa família de classe média ainda no tempo da ditadura. No romance apercebemo-nos da influência do 25 de Abril de 1974 numa revolução de hábitos e costumes pela qual Lara passa. A dada altura da vida, depois de um momento dramático que destroí o equilíbrio da sua família e quase a destroí a si, Lara viaja para uma ilha do Brasil onde vai trabalhar num empreendimento turístico onde conhece um grupo de pessoas muito diferentes, com histórias de vida complicadas. O que vai partilhar nesses dias e a amizade que vai estabelecer com aquelas pessoas vai marcá-la de forma indelével e vai curá-la dos males da alma enquanto ajuda, também, os outros personagens a ultrapassarem passados perturbadores.

 

 

"Juntos formavam uma alegre e colorida amostragem da humanidade. Tão diferentes entre si, tão distintos na forma de ser e reagir, sofrer e esconder, amar e odiar, que foram um pouco os meus livros de estudo, as minhas cábulas e sebentas para chegar a mim mesma. Foi com eles que aprendi a avaliar os outros do seu ângulo e não apenas do meu. Isto, que parece fácil e trivial, demora-se uma vida inteira a aprender. 

Comunicar com pessoas de língua diferente não é o mais difícil. É preciso dominar outro idioma, o da comunicação com as almas, mais cifrado e complexo. Aprender a traduzir o que as pessoas são, ou querem dizer, para além do que fazem, falam ou parecem, exige intuição, cultura e curiosidade, certamente, mas sobretudo atenção."

 

 

 

 

The Most Awesome Library in the World

Charneca em flor, 07.05.14

O site BOOK RIOT, onde se escreve sobre livros e tudo o  que se relaciona com livros, já tinha considerado que Portugal tinha a mais bela livraria do mundo, a Livraria Lello no Porto.E tinham toda a razão. Agora olharam novamente para Portugal e descobriram por cá a biblioteca mais impressionante do mundo. Esse achado aconteceu num dos mais belos palácios portugueses, o Palácio Nacional de MafraQuando fui ao Porto, estive na Livraria Lello mas, apesar de já ter ido a Mafra várias vezes, nunca visitei a Biblioteca. Imperdoável, não é?


Só espero que a Biblioteca não esteja tão ameaçada como o carilhão.

Eu, tal como o autor do artigo, também adoro bibliotecas... e livrarias... e folhear livros...

 

 

Feriado inspirado

Charneca em flor, 01.05.14
Este Dia do Trabalhador foi passado a passear. A primeira paragem foi no Castelo de Sesimbra, um local tranquilo com uma vista sobre o mar espectacular. Alguns metros abaixo existe um parque de merendas onde aproveitei para almoçar já que hoje foi dia de piquenique. Depois fomos revisitar um pedaço do paraíso, uma praia onde é muito difícil chegar, Praia Ribeira do Cavalo. Chegar exige um grande esforço. A primeira vez cheguei lá durante uma actividade de canoagem num dia de vento e foi muito duro. Hoje fomos a pé, descendo por uma falésia bem íngreme, ou seja, também foi duro, Mas vale a pena. Ora pensava eu que ia chegar a uma praia deserta mas, afinal, este é um segredo que já foi desvendado por muita gente. Partilho convosco, para além das imagens, um poema que li por lá já que o livro "Dia do Mar" acompanhou-me nesta aventura.
"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só pra mim."
                                                           Dia do Mar, Sophia de Mello Breyner Andresen
“Falou de coisas muito simples – que as gaivotas têm o direito de voar, que a liberdade é própria de sua natureza, que todo aquele que se oponha a essa liberdade deve ser posto de parte, quer a oposição seja motivada por ritual, superstição ou limitação sob qualquer forma.” 
Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach
Sempre que vejo gaivotas é inevitável lembrar deste livro que marcou o final da minha adolescência.
Que as minhas imagens também sirvam de inspiração para descobrirem os recantos fabulosos que há na nossa costa.