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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

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Dia Mundial do Livro

Charneca em flor, 23.04.17

Em 2015 escrevi este post sobre o papel dos livros na minha vida:

Os livros foram a minha companhia na infância e na adolescência quando eu era, apenas, uma menina tímida. Com os livros sonhei e viajei pelo mundo da fantasia. Foram os meus companheiros de todos os momentos, os meus melhores amigos num tempo em que não havia chats, amigos do Facebook ou blogs.

Continua tudo a ser verdade, quantas vezes a tecnologia ocupa o tempo que antes dedicava aos livros,infelizmente. Este ano fiz o propósito de tentar contrabalançar as 2 coisas. Tenho conseguido ler alguns bons livros este ano. Actualmente estou a ler Elena Ferrante como podem ver ali ao lado. Antes li Zafón. Não sei se foi muito boa ideia ler estes 2 autores de seguida. Ambos os livros são muito intensos e muitas vezes me deixam sem fôlego. E cheia de pena de não ter dedicado a minha vida a escrever...

Boas leituras

O Prisioneiro do Céu, Carlos Ruiz Zafón

Charneca em flor, 14.04.17

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Acabei de ler o terceiro livro da saga do "Cemitério dos Livros Esquecidos". Só agora reparei que não tinha actualizado o livro do momento ali na barra lateral. A leitura foi tão rápida que nem tive tempo. Foi o primeiro que li depois de ter passado uns dias em Barcelona. Só  não  consegui ir procurar o tal Cemitério.

Zafón volta a "brincar" com as mesmas personagens dos romances anteriores, o Sr. Sempere, Daniel Sempere, Fermín e mesmo David Martin. A história começa no Natal a poucas semanas do casamento de Fermin. A proximidade deste acontecimento provoca grandes preocupações a Fermín, leva-o a recordar o passado e a partilhá-lo com Daniel. Adensa o mistério à volta do passado de Daniel mas não posso dizer mais nada senão...

Mais um livro intenso. Mal posso esperar para ler o último livro da saga. Mas agora é hora de deixar estas personagens descansarem e ir até Nápoles, ao encontro de Lila e Lenù

Fica só aqui a descrição da reacção de Fermín quando Daniel o leva a conhecer o Cemitério dos Livros Esquecidos:

 

"Segundo a minha experiência pessoal, quando alguém descobria aquele local, a sua reacção era de encantamento e assombro. A beleza e o mistério do recinto reduziam o visitante ao silêncio, à contemplação, ao sonho. Como é óbvio, a reacção de Fermín teve de ser diferente. Passou a primeira meia hora hipnotizado, deambulando como um possesso pelas passagens do enorme quebra-cabeças que era o labirinto. Parava para bater com os nós dos dedos em arcobotantes e colunas, como se duvidasse da sua solidez. Detinha-se em ângulos e perspectivas, fazendo um telescópio com as mãos e tentando decifrar a lógica da estrutura. Percorria a espiral de bibliotecas com o seu considerável nariz a um centímetro da infinidade de lombadas alinhadas em ruas sem fim, escrutinando títulos e catalogando tudo quanto descobria. Seguia-o a poucos passos, entre o alarme e a preocupação."