Uma citação por semana #18
"Não eram ciúmes, amor, mas sim exigência da tua plenitude, da tua totalidade. Agora já te arei inteira, semeei-te inteira, abri-te e fechei-te, agora és minha. Para sempre!"
Pablo Neruda, Cartas de Amor
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"Não eram ciúmes, amor, mas sim exigência da tua plenitude, da tua totalidade. Agora já te arei inteira, semeei-te inteira, abri-te e fechei-te, agora és minha. Para sempre!"
Pablo Neruda, Cartas de Amor
Na semana em que se comemora os 44 anos da Revolução dos Cravos, um poema de Manuel Alegre, uma das maiores vozes que cantaram a liberdade
Abril de Abril
Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
Manuel Alegre
Nisto, avistaram trinta ou quarenta moinhos de vento que há naquele campo e, logo que D. Quixote os viu, disse ao escudeiro:
- A boa sorte guia as nossas coisas melhor do que poderíamos desejar; porque vês além, amigo Sancho Pança, onde se avistam trinta ou pouco mais descomunais gigantes, com que tenciono travar batalha e tirar a vida a todos, com cujos despojos começaremos a enriquecer; pois esta é uma guerra justa e um grande serviço a Deus tirar tão má semente da face da terra.
- Que gigantes? - disse Sancho Pança.
- Aqueles que ali vês - respondeu o amo - de braços compridos, que alguns costumam ter braços de quase duas léguas.
- Olhe vossa mercê - respondeu Sancho - que aqueles que além se vêem não são gigantes, mas moinhos de vento, e o que neles parecem braços são as velas que, movidos pelo vento, fazem girar a pedra do moinho.
- Bem se vê - respondeu D. Quixote - que não tens experiência de aventuras; eles são gigantes; e, se tens medo, sai daí e põe-te a rezar enquanto vou atacá-los numa feroz e arriscada batalha.
Miguel de Cervantes, D. Quixote de la Mancha
Na vida, seremos mais D. Quixote ou mais Sancho Pança?
Não sabia que todo o poema
é um tumulto
que pode abalar
a ordem do universo agora
acredito
A infância de Herberto Helder por José Tolentino Mendonça
O vento abria caminho por entre as folhas e saía das árvores completamente carregado com um perfume de botões e flores. As pessoas andavam um pouco mais depressa e respiravam com mais força porque havia ar em abundância.
Boris Vian in L' Écume des Jours
Uma citação de um autor francês para assinalar o início de mais uma aventura por terras gaulesas.