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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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A minha pátria é a língua portuguesa

Charneca em flor, 27.05.18

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Já há muito que sou apaixonada pela nossa língua. Adoro ler e escrever. Podia escrever bem melhor como ficou provado neste episódio noutro blogue onde fui "atacada" pelos inúmeros polícias da língua portuguesa. Ontem reuniram-se uma série de circunstâncias que me levaram a reflectir sobre a riqueza da nossa língua seja qual for o local onde é pronunciada.

Tenho andado a ler e a estudar o livro "na ponta da língua" de Sérgio Luís de Carvalho onde são descritas mais de 200 palavras, mais ou menos usadas no dia-a-dia, no que diz respeito ao seu significado e origem.

Também recebi a 1a Granta em Língua Portuguesa que substituí a Granta Portugal. A partir de agora, a Granta é editada em simultâneo nos 2 lados do Oceano Atlântico. O tema desta primeira edição é, muito convenientemente, Fronteiras (ou a ausência delas). Reune textos de vários autores da lusofonia como José Eduardo Agualusa, Francisco BoscoAdriana Lisboa ou Teresa Veiga. Como diz, Carlos Vaz Marques, na última frase da introdução, "Em português nos des/entendemos"

Por coincidência, a crónica da rapper Capicua na revista Visão também girava à volta da língua, nomeadamente, no que diz respeito à diferente pronúncia e ao vocabulário utilizado nas várias regiões do país. Um rapper brinca com as palavras e a Capicua é mestre nesta arte escrevendo também letras para outros artistas. Divagava ela sobre o desejo de escrever uma letra que consagrasse todas as variações que existem na nossa língua que tantas vezes levam a engraçados mal-entendidos. Seria uma letra recheada de palavras e reflectiria aquilo que a Capicua sente na pele já que divide a sua vida entre Lisboa e Porto.

A meu ver, todas as diferenças que o português possa ter, seja a grafia, a pronúncia ou os vocábulos específicos de cada país ou região, é que lhe dão riqueza e a fazem evoluir. Por isso me custa tanto que a espartilhem num Acordo Ortográfico que tenho sido resistente em aplicar. Não me importo nada de ler um romance escrito por um brasileiro já que é assim que se expressa e foi assim que ele aprendeu. Se for uma tradução de um texto ou livro científico já me incomoda mais até pela constatação de que há mais traduções científicas no Brasil do que em Portugal. Na faculdade, troquei traduções brasileiras por originais em inglês porque, em alguns casos, compreendia melhor. Até na relação da nossa língua com o inglês evoluímos de maneira diferente dos brasileiros. 

Pensando bem tenho dificuldade quem está mais correcto, se somos nós ou os outros países lusófonos. Afinal a origem foi este pequeno rectângulo onde vivemos mas, ao sairmos da nossa zona de conforto, espalhámos a língua portuguesa pelos 4 cantos do mundo. Temos que aceitar que esses povos a foram adaptando às suas próprias circunstâncias.

Já dizia Fernando Pessoa, pela pena do seu heterónimo Bernardo Soares, no "Livro do Desassosego", A minha pátria é a língua portuguesa.

Uma citação por semana #21

Charneca em flor, 21.05.18

We pass and dream. Earth smiles. Virtue is rare.

Age, duty, gods weigh on our conscious bliss.

Hope for the best and for the worst prepare.

The sum of purposed wisdom speaks in this.

                                                    Alexander Search, heterónimo inglês de Fernando Pessoa

Um dos poemas que descobri graças a este projecto musical

Genius: Picasso

Charneca em flor, 03.05.18

Na passada 5a feira, estreou no canal National Geographic português, a 2a temporada da série Genius. A primeira tinha sido sobre a vida de um cientista brilhante, Einstein. Achei a primeira temporada espectacular. Na altura, fiquei a pensar se iriam fazer mais temporadas e em quem seria o retratado. Como sou hiper-distraída não me tinha apercebido de que tinha estreado uma nova temporada. Obrigada, gravações automáticas (outra invenção brilhante 😁). Desta vez, a National Geographic traz-nos um génio da pintura, Pablo Picasso. 

No dia 26 de Abril, transmitiram 2 episódios. Avassalador. A fotografia do filme é maravilhosa, as cores, a captação das imagens, o encadear da história, os avanços e os recuos da vida de Picasso (um método já usado na primeira temporada), está tudo muito bem feito. A série é protagonizada por António Banderas, conterrâneo do artista. Nasceram ambos em Málaga. A série está mesmo muito bem feita. Logo no primeiro episódio foi mostrado como nasceu o famoso quadro "Guernica", o que lhe deu origem e o porquê de ser uma peça  tão diferente do resto da obra. Para quem já a viu ao vivo, é ainda mais especial.

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Estou ansiosa pelo próximo episódio.

 

P.S. - Ao que parece já há tema para a próxima temporada, Mary Shelley, escritora inglesa, autora de Frankenstein. Veremos se também dá uma história fascinante como as 2 primeiras temporadas.