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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Lotaria Literária #121

Charneca em flor, 30.04.20

"deixa-te ser

porque na tua ausência 

vou perdendo a noção das manhãs 

as memórias nem sempre se escondem 

mas quando acontece

extraordinários são também 

os lugares onde as vamos encontrar"

entre o deserto e a manhã

Gonçalo Câmara

Emporium Editora

ISBN 978-989-8955-92-0

Como tinha poucos livros (not), ontem recebi mais 5. Tenho tido muita vontade de ler poesia. Ouvi falar deste autor no podcast Ponto Final, Parágrafo. Gonçalo Câmara é locutor e nas estações de rádio na Smooth FM e na M80 e cronista no Público. Sendo um apaixonado por viagens, os poemas que fazem parte deste livro foram escritos em viagem por paragens exóticas como Sri Lanka, Uzbequistão, Quirguistão, Turcomenistão, Colômbia ou Patagónia.

Lotaria Literária #120

Charneca em flor, 29.04.20

"Foi de repente

eu semi-reflectida por janela oval;

uma emoção que me lembrou o diariamente 

em que disseste inteiro o nome do lugar onde vivíamos 

sem lhe trocar as letras de lugar"

Do poema Comuns formas ovais e de alforria ou outra (quase) carta a minha filha

Ana Luísa Amaral

Os melhores poemas portugueses dos últimos cem anos

Companhia das Letras

ISBN 978-989-6652-30-2

 

A brincar, a brincar já passou 1/3 do ano de 2020. Estranho, não é?

Assim se fala... no Alentejo #9

Charneca em flor, 28.04.20

Na semana passada, acabei por me esquecer desta rubrica. Mas cá estou de volta para partilhar uma palavra usada pela minha avó à qual eu achava piada 

Cruzeta

Alguém sabe o que é?

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Exactamente, é um cabide . No site Ciberdúvidas diz que cruzeta é um termo mais usado no norte do país mas para mim será sempre uma palavra típica da minha avó alentejana.

Lotaria Literária #119

Charneca em flor, 28.04.20

"Munidas de sacos, abafavam as brasas que caíam, sobre o tecto, aterradas pela ideia de que o ferro, cedendo ao peso dos carvões, deixasse cair bocados flamejantes sobre o vigamento de madeira, em baixo."

Pássaros Feridos

Colleen McCullough

Bertrand/Difel

ISBN 978-972-29-0743-3

Este romance deu origem a uma minissérie que eu, religiosamente, com a minha mãe nos anos 80. A minha mãe era fã do actor principal, Richard Chamberlain. A história desenrola-se na Austrália, principalmente, e gira à volta de uma história de amor proibido entre uma doce jovem e um padre ambicioso. Já adulta encontrei este livro e tive que comprá-lo. Como seria de esperar, o romance escrito é muito mais complexo e interessante do que a série televisiva. Aqui há anos também comprei o DVD e fiz uma exibição aqui em casa para a minha mãe. 

Lotaria Literária #118

Charneca em flor, 27.04.20

"Fez isso na última Primavera quando viu, pelo espelho retrovisor, uma mulher num Volvo perder o controlo do carro, guinar descontroladamente e depois capotar, cada vez mais à distância. Às vezes ainda se lembrava da expressão perplexa da mulher e de como seria a vida dela, embora só tivesse vislumbrado o seu rosto durante um segundo."

Casamento em Dezembro

Anita Shreve

Edições ASA

ISBN 978-972-41-5323-0

Desafio de escrita dos Pássaros tema 2.13

E elas saltaram e saltaram, sem nunca mais parar.

Charneca em flor, 26.04.20

Todas as pessoas arrastavam, arrastavam e continuavam a arrastar os pés. Não era possível parar aquele movimento de tristeza e terror.


Durante muito tempo, viveu-se um Inverno perpétuo. Os dias sucediam-se frios, escuros e soturnos. Não havia raio de sol que iluminasse a existência daquele povo. O Inverno durou tantos anos que ninguém acreditava ser possível que a Primavera chegasse algum dia. O povo manteve-se pobre e analfabeto. Os que ousavam sonhar com um mundo diferente, mais quente e luminoso, eram sujeitos a perseguições e terríveis sevícias.
Até que um dia, um grupo de almas corajosas uniram-se para derrubar a barreira que tapava o sol e que não deixava o calor invadir as almas. Assim conseguiram acabar com o Inverno que parecia eterno. O esforço colectivo rompeu a escuridão e logrou instalar a manhã clara da Primavera.
No início era apenas um punhado de gente mas conseguiram arrastar uma multidão. Nesse momento, a multidão conheceu o doce sabor da Liberdade e da Justiça.


Todas as pessoas saltaram, saltaram e saltaram de alegria. Nunca ninguém mais conseguiu parar aquele movimento de alegria infinita.


E as ruas das cidades, das vilas, das aldeias pintaram-se de rubro. Mas não era a cor do sangue que salpicava as vielas mas sim a cor alegre dos cravos vermelhos, símbolo indelével de um país finalmente livre.
Assim se passaram 46 anos desta alegre Primavera, mais do que os anos que se viveram no triste Inverno.
No entanto, não se pode pensar que a Liberdade é uma certeza garantida. Tal como uma flor delicada, esta conquista tem que ser cuidada e acarinhada. Não nos podemos distrair porque há sempre quem queira voltar a caminhar na obscuridade. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte perante a fragilidade da nossa Liberdade. Acarinhar a tal flor delicada, regá-la, mudar-lhe a terra e deixá-la apanhar alguma luz. Só assim a Liberdade florescerá.


Todas as pessoas saltam, saltam e saltam de alegria. Nunca nada nem ninguém conseguirá parar este movimento de alegria infinita. 

 

Exercício de escrita criativa inspirado pelo tema proposto pelos Pássaros mas também inspirado pelas estranhas comemorações do aniversário da Revolução dos Cravos. Até faço alguma referência a este maravilhoso poema de Sophia.

Sigam o Desafio dos Pássaros aqui.

Lotaria Literária #116

Charneca em flor, 26.04.20

"O tempo começa a encobrir-se e as ondas estão manchadas de espuma. Porém, nem por um momento eles hesitam em ir ao banho. Pelo contrário, permanecem no oceano e nadam até ficarem exaustos."

e Depois...

Guillaume Musso

Bertrand Editora

ISBN 978-972-25-1464-4

Descobri mais um livro que nunca li. Já não precisava de comprar mais livros porque tenho imensos livros que ainda não li. No entanto, já tenho mais uns tantos a caminho .

Lotaria Literária #115

Charneca em flor, 25.04.20

"Por falar nisso, eu amaria dar uma olhada nas minhas fotos particulares, e o doutor, que tem um ar polido, se não se importar dê um pulo na minha casa. Peça à minha mãe que lhe indique a escrivaninha barroca de jacarandá, cuja gaveta central é abarrotada de fotografias."

Leite derramado

Chico Buarque

Dom Quixote

ISBN 978-972-20-3838-6

 

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