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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Desafio Era uma princesa tão gorda que só ocupava espaço

Charneca em flor, 28.02.21

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Imagem daqui

Era uma vez uma princesa tão gorda que só ocupava espaço. Era tão gorda que as portas do palácio tiveram de ser alargadas depois de ela ficar entalada quando tentava entrar na cozinha à socapa. A comida era aquilo que havia de mais importante para a princesa. Nos tempos livres, ou seja entre refeições, também gostava de ler. Às vezes até experimentava escrever qualquer coisa. Só que depois dava-lhe cá uma fraqueza que tinha que ir comer qualquer coisita.

Um dia, a internet chegou ao palácio e a vida da princesa nunca mais foi a mesma. Um mundo completamente novo abriu-se perante os seus olhos. Passava horas entretida com a internet que se esquecia de comer. Sem saber bem como, conheceu um rapaz. Começaram a conversar, primeiro durante uns minutos, depois horas estendendo-se pela noite fora. E a princesa percebeu-se que era possível apaixonar-se, apenas, pelo poder das palavras, muito para além do aspecto físico. Mas o seu corpo deixava-a insegura e quando o seu apaixonado lhe propôs um encontro, ela não quis arriscar. Fazendo um grande sacrifício, conseguiu emagrecer, emagrecer, emagrecer até se conseguir transformar numa mulher saudável e elegante. Pela primeira vez, em muito tempo, saiu do palácio.

 

Consegui participar antes da Ana de Deus lançar outro desafio . Foi por pouco.

Sonho num dia de Inverno

Desafio "Sonhamos ir por aí!"

Charneca em flor, 28.02.21

O dia acordou luminoso. Depois da chuva, o sol voltou a brilhar. Lá fora já se ouviam os passarinhos. Abri a janela. Apesar de ainda ser cedo, senti a carícia de uma temperatura amena.

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Pelo aroma a torradas e café acabado de fazer, percebi que o pequeno-almoço me esperava. Com prazer, deliciei-me com a leveza da espuma de leite no cappuccino.

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A relva verde do jardim convidou-me a aproveitar o sol do Inverno que findava para pôr as leituras em dia. Foi uma manhã muito agradável, espraiando-me numa cadeira confortável acompanhada por um bom livro. No ar já se notava o cheiro da iminência primaveril. Nos ramos despidos da ameixieira despontavam singelas flores, promessas de frutos suculentos. As plantas do jardim começavam a encher-se de folhas viçosas.

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Nem me apercebi que era chegada a hora do almoço. O ambiente estava propício para uma refeição na esplanada e a ementa não podia ser outra, peixe grelhado, acompanhado de um bom vinho branco. Às vezes, não é preciso ir muito longe para se vivenciar uma boa experiência.

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A tarde continuou amena, quase quente. Tão difícil acreditar que ainda era Fevereiro, o Inverno não tinha acabado mas a estação seguinte insinuava-se pé ante pé. O dia soalheiro levou-me a sair para uma caminhada. Passei por jardins repletos de flores, cheirosas frésias ou tímidas rosas. Ao longe, o contorno inconfundível da Serra do Montejunto. Será que teria coragem de subir até lá? Ao longo do caminho, campos cultivados, vinhas podadas, pinheiros e eucaliptos serviam-me de companhia. De vez em quando, o ladrar de um cão rasgava o silêncio característico da aldeia. As flores silvestres alegravam os campos numa sinfonia de cores. Em cada curva, descobria um novo pormenor num percurso já amplamente trilhado. E recantos nos quais nunca tinha reparado.

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Ao fim do dia, o corpo já estava cansado de tanto caminhar mas o céu presenteou-me com um maravilhoso entardecer colorindo-se dos mais ricos tons do ocaso. E ainda consegui ouvir o canto das cigarras que começavam a despertar.

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Neste tempo estranho que nos foi dado viver, é preciso usar a imaginação e transformar um pátio, uma varanda, um quintal, terraço ou mesmo uma marquise numa esplanada idêntica àquelas que estão, infelizmente, encerradas. Mesmo deliciosa espuma de leite e preparar um cappuccino idêntico aos que bebi nos inesquecíveis pequenos-almoços dos hotéis onde já estive quando era possível viajar. Se só podemos fazer pequenos passeios higiénicos, esse conceito novo, então porque não aproveitar para descobrir aquilo que nos rodeia e em que não reparamos na lufa lufa do quotidiano. Seja numa aldeia no sopé da Serra do Montejunto, numa grande cidade ou numa vila dos subúrbios. Agora que a pandemia nos impede de realizar sonhos grandiosos, porque não procurar as pequenas alegrias que se podem encontrar na mais curta distância?!

Aqui fica o meu convite para que descubram todas as maravilhas que vos rodeiam porque é possível encontrar beleza seja onde fôr. Só é preciso estar atenta.

 

A Cristina Aveiro desafiou-me, e a mais uma grupeta*, para escrever uma proposta de passeio para quando acabar o confinamento. No entanto, eu achei que o que seria interessante era propôr um passeio para o confinamento .  Pensei em destabilizar, portanto. Às vezes, o sonho está ao alcance da mão.

 

*Aqui está a grupeta desafiada

Oh da guarda peixe frito, a Concha, A 3ª Face, a Maria Araújo, a Fátima Bento, a Imsilva, a Luísa De Sousa, a Maria, o José da Xâ,  a Rute Justino, a Ana D., a Célia, a Charneca Em Flor,  a Gorduchita, a Miss Lollipop, a Ana Mestre a Ana de Deus, e a bii yue

Mundo Melhor, Ariana

Charneca em flor, 27.02.21

A minha última escolha recai sobre "Mundo Melhor" interpretada pela Ariana com música de Virgul, o autor convidado, que na letra contou com a colaboração de Alex d'Alva. Para além da bonita sonoridade e da voz quente de Ariana, realço a temática. Bem que precisamos de construir um mundo melhor.

Abre os olhos, imagina o amanhã
Há tanto mar por navegar
Soltar amarras é pra já
Se o que queremos pra nós
É sermos uma só voz
Compor um mundo melhor

 

 

 

 

 

 

Jasmim, Tainá

Charneca em flor, 26.02.21

Hoje em dia, e cada vez mais, fazem parte da sociedade portuguesa pessoas que nasceram em Portugal mas também pessoas que escolheram no nosso país para viver, pelas mais variadas razões. Quem organizou o Festival da Canção parece ter tido esse pormenor em conta porque foram convidadas 2 compositoras de origem estrangeira. Foi o caso de Ian, que actuou na primeira semi-final. Ian nasceu em Moscovo, é violinista de formação clássica que vive em Portugal desde 1999. Foi em Portugal que terminou a sua licenciatura em violino.

Nesta semi-final podemos ouvir a jovem Tainá, uma talentosa compositora brasileira, dona de uma voz muito doce. Já conhecia esta artista e o seu álbum faz parte das escolhas da minha conta do Spotify. Tem apenas 23 anos e vive em Portugal há poucos anos. Depois de alguns encontros felizes em Lisboa, editou o seu disco em 2019, ano em que actuou em vários festivais de Verão. 

Para o Festival da Canção, trouxe uma canção com aroma de "Jasmim".

 

 

Dancing in the stars, NEEV

Charneca em flor, 25.02.21

Continuando a apresentar as minhas apostas para a 2a semi-final do Festival da Canção, chego a esta belíssima música.

Já tenho dito que, na minha opinião, cada país deveria apresentar, a concurso, músicas na sua própria língua. No entanto, abro uma excepção para esta "Dancing in the Stars" porque a melodia é muito bonita e porque contar  uma história de amor triste mas bonita.

 

Desafio dos Lápis de Cor #laranja

Ao entardecer

Charneca em flor, 24.02.21

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Pôr-do-Sol, Costa de Caparica

Sofia nem sabia bem como se tinha deixado convencer mas, por enquanto, não se arrependera. Tomás conduzia a moto ao longo da costa. Ele tinha-a desafiado para irem até à praia ver o pôr-do-sol. Sofia teve que mentir à mãe para ter uma desculpa para chegar depois do entardecer. Para todos os efeitos, estava com a amiga Ana a terminar um trabalho de grupo enquanto, na verdade, seguia abraçada a Tomás, o seu amor recém-descoberto. Nunca tinha andado de moto e estava a adorar a sensação do vento a beijar-lhe o rosto. Seguia tão agarrada a Tomás como se se quisesse fundir com ele. Pela primeira vez na sua, ainda curta, vida percebia o que era a felicidade plena.

Finalmente, chegaram à praia. Tomás imobilizou o veículo de 2 rodas e desmontou com cuidado para que Sofia não se desequilibrasse. Sofia sentia as pernas a tremer provavelmente pela excitação de ter andado sobre aquelas rodas pela primeira vez.
Tomás, com algum nervosismo, perguntou:

- Então, minha rosa, tiveste medo? Ou gostaste?

- No princípio, estava um pouco receosa mas tu conduziste de uma forma tão segura que me senti mesmo segura e protegida. Na verdade, foi espectacular.

Tomás abraçou-a com uma gargalhada feliz e beijou-a com paixão. Felizes correram, de mãos dadas, para a praia e escolheram o melhor lugar para aguardarem pelo momento mágico do ocaso.

No entanto, Tomás estava preocupado com a reacção que Sofia tinha tido mais cedo quando todos os colegas o rodearam para verem a moto mas nem sabia bem como introduzir o assunto. Apesar de estarem abraçados, o silêncio começou a instalar-se o que não era nada comum entre eles. Sofia olhou para ele e acabou por perguntar:

- Porque estás tão pensativo?

Tomás brincava com a areia e estava com alguma dificuldade em articular aquilo que lhe ia no pensamento:

- Esta manhã dei pela tua falta. Quando a malta veio ter comigo para ver a moto…
Sofia corou, lembrando-se do que lhe tinha passado pela cabeça nessa altura:

- Não gosto de ser o centro das atenções. Quando toda a gente te rodeou, não me senti muito bem naquele ambiente. E, na verdade, achei estranho porque tu me pareceste muito satisfeito por estares na ribalta. Não pensei que fosses assim. – Sofia calou-se para recuperar o fôlego.

Tomás continuava a fazer os grãos de areia passarem entre os dedos. Sofia baixara a cabeça e Tomás pegou-lhe no queixo para que ela olhasse para ele:

- Sofia, a melhor coisa que me podia ter acontecido quando cheguei aqui foi ter-te conhecido. Mas, ainda não me sinto perfeitamente integrado. Tens alguma razão, também não gosto de ser o centro das atenções mas até gostei que viessem todos ter comigo. Isso incomodou-te?

- Acho que sim. Senti-me um bocadinho à parte, na verdade.

- Eu nunca te poria de parte. Eu amo-te, sabes disso, não sabes? – Tomás sentia o coração acelerado. Já tinha tido outras namoradas mas nunca tinha dito aquilo a nenhuma delas. Nunca passara do “gosto de ti". Mas aquele “amo-te" saíra do âmago do seu ser.

Sofia emocionou-se e as lágrimas afloraram aos seus lindos olhos:

- Oh, Tomás – a voz saia-lhe embargada pela emoção – eu também te amo.

Enquanto se perdiam num beijo demorado e apaixonado, esqueciam-se do cenário que os trouxera ali. Lentamente o sol descia até tocar no mar e o céu incendiava-se com os mais ricos tons de laranja.

 

Participam neste Desafio da Caixa de Lápis de Cor da Fátima Bento, as brilhantes ConchaA 3a FaceMaria AraújoPeixe FritoImsilva, Luisa de SousaMariaAna DCéliaGorduchitaMiss LollipopAna MestreAna de DeusCristina Aveirobii yue e os brilhantes  José da Xá e João-Afonso Machado

Joana do Mar, Joana Alegre

Charneca em flor, 24.02.21

Ouvi falar da Joana Alegre devido à sua participação numa das edições do programa The Voice. Esta é uma das musicas mais alegres (combina com o nome ) que estão a concurso no Festival da Canção. Joana Alegre*, para além de intérprete, é também a autora da música e da alegre. Na minha opinião, esta música é leve, cheira a Verão e a maresia, lembra a praia e fica no ouvido.

 

 

*Poder-se-á dizer que o Festival da Canção já faz parte da família de Joana Alegre. Em 1976, o Festival teve um formato muito peculiar. Todas as canções foram cantadas pelo mesmo intérprete, o recentemente falecido Carlos do Carmo, e foram escolhidas pelo público, talvez já adivinhando os votos telefónicos, através do voto através de cupões publicados em jornais e revistas. A música escolhida foi "Uma flor de verde pinho", com música de José Niza e letra do poeta e político, Manuel Alegre, pai da Joana Alegre.

Por um triz, Carolina Deslandes

Charneca em flor, 23.02.21

Os primeiros 5 finalistas do Festival da Canção já foram escolhidos no passado sábado. Eu só acertei em 2. Ainda bem que não entro em bolsas de apostas. Veremos se tenho mais sucesso na 2a Semi-Final. 

A minha primeira escolha recai na música de Carolina Deslandes. É verdade que já se pode considerar uma artista de sucesso mas acho importante que quem já alcançou alguma notoriedade no mundo da música participe neste evento. É sinal que o Festival readquiriu uma nova importância nos últimos anos.

A música "Por um Triz" segue a linha habitual de Carolina Deslandes mas é muito bonita. A letra é muito bonita e conta uma história de um amor que acabou. Carolina Deslandes é uma excelente letrista. 

 

 

Na ilha, Elisa

Charneca em flor, 22.02.21

A jovem intérprete, Elisa, vencedora do Festival da Canção 2020, apresentou a sua nova música na 1a Semi-Final do Festival da Canção 2021. Chama-se "Na ilha" e é dedicada à sua ilha natal, a Madeira. A letra foi escrita por ela em conjunto com Mikkel Solnado que na música contaram com a colaboração de João Repolho.

Elisa tem uma bonita voz. Espero que o futuro lhe reservo muito sucesso.

Saudade, Karetus e Romeu Bairos

Charneca em flor, 20.02.21

E para fechar a minha selecção das músicas do Festival da Canção, "Saudade" do grupo Karetus, constituído por Carlos Silva André Dias (DJ's e Produtores) e com a participação de músico açoreano, Romeu Bairos. Para mim, também são desconhecidos mas, ao que parece, são considerados favoritos à vitória. A sonoridade é actual mas, apesar disso, soa a algo antigo e tradicional. Música algo surpreendente.

 

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