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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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A day of sun by Alexander Search

Charneca em flor, 17.06.17

 

Alexander Search é uma banda de língua inglesa que cresceu na África do Sul, mas que está radicada na Europa, mais concretamente Portugal, "paraíso à beira mar plantado" como dizia o seu maior poeta, Fernando Pessoa. A sua música mistura influências da indie-pop, música electrónica e rock. As letras foram escritas maioritariamente por Alexander Search, membro da banda que morreu tragicamente ainda jovem, mas que granjeia o respeito e admiração dos seus pares como "the greatest conquerer of the beauty of words", o maior conquistador da beleza das palavras.

Augustus Search é o compositor de serviço da banda, toca piano e sintetizadores e faz a direcção musical. Benjamin Cymbra é um cantor extraordinário e traz na sua voz a garra rock n'roll do passado e as angústias e esperanças do presente. O futuro "é a possibilidade de tudo", dizia também Pessoa.

Sgt. William Byng comanda a vertente computacional e electrónica. Marvel K. tem uma guitarrada cortante e espacial. E Mr. Tagus, ex-baterista de jazz, ainda tem na música e 'groove' de África uma das suas maiores riquezas.

Alexander Search é uma banda que gosta de ousar, impaciente, à procura, sempre à procura, da quintessência. Nunca o conseguiu. Este é o disco de mais uma tentativa falhada.

 

É com estas palavras que Júlio Resende e companhia definem o seu novo projecto. Alexander Search é um dos heterónimos ingleses de Fernando Pessoa. Júlio Resende musicou esses poemas e convidou Salvador Sobral para os cantar assim como outros músicos para os acompanharem. Cada um deles criou também um heterónimo à semelhança do inspirador Fernando Pessoa. 

"A day of sun" é o primeiro single deste trabalho e é, sem dúvida, o poema indicado para o dia de hoje, um excelente dia de sol.

 

DAY OF SUN

 

I love the things that children love

        Yet with a comprehension deep

That lifts my pining soul above

        Those in which life as yet doth sleep.

 

All things that simple are and bright,

        Unnoticed unto keen‑worn wit,

With a child's natural delight

        That makes me proudly weep at it.

 

I love the sun with personal glee,

        The air as if I could embrace

Its wideness with my soul and be

        A drunkard by expense of gaze.

 

I love the heavens with a joy

        That makes me wonder at my soul,

It is a pleasure nought can cloy,

        A thrilling I cannot control.

 

So stretched out here let me lie

        Before the sun that soaks me up,

And let me gloriously die

        Drinking too deep of living's cup;

 

Be swallowed of the sun and spread

        Over the infinite expanse,

Dissolved, like a drop of dew dead

        Lost in a super‑normal trance;

 

Lost in impersonal consciousness

        And mingling in all life become

A selfless part of Force and Stress

        And have a universal home;

 

And in a strange way undefined

Lose in the one and living Whole

The limit that I call my mind,

The bounded thing I call my soul.

17-3-1908

 

 

 

 

 

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