A day of sun by Alexander Search
Alexander Search é uma banda de língua inglesa que cresceu na África do Sul, mas que está radicada na Europa, mais concretamente Portugal, "paraíso à beira mar plantado" como dizia o seu maior poeta, Fernando Pessoa. A sua música mistura influências da indie-pop, música electrónica e rock. As letras foram escritas maioritariamente por Alexander Search, membro da banda que morreu tragicamente ainda jovem, mas que granjeia o respeito e admiração dos seus pares como "the greatest conquerer of the beauty of words", o maior conquistador da beleza das palavras.
Augustus Search é o compositor de serviço da banda, toca piano e sintetizadores e faz a direcção musical. Benjamin Cymbra é um cantor extraordinário e traz na sua voz a garra rock n'roll do passado e as angústias e esperanças do presente. O futuro "é a possibilidade de tudo", dizia também Pessoa.
Sgt. William Byng comanda a vertente computacional e electrónica. Marvel K. tem uma guitarrada cortante e espacial. E Mr. Tagus, ex-baterista de jazz, ainda tem na música e 'groove' de África uma das suas maiores riquezas.
Alexander Search é uma banda que gosta de ousar, impaciente, à procura, sempre à procura, da quintessência. Nunca o conseguiu. Este é o disco de mais uma tentativa falhada.
É com estas palavras que Júlio Resende e companhia definem o seu novo projecto. Alexander Search é um dos heterónimos ingleses de Fernando Pessoa. Júlio Resende musicou esses poemas e convidou Salvador Sobral para os cantar assim como outros músicos para os acompanharem. Cada um deles criou também um heterónimo à semelhança do inspirador Fernando Pessoa.
"A day of sun" é o primeiro single deste trabalho e é, sem dúvida, o poema indicado para o dia de hoje, um excelente dia de sol.
DAY OF SUN
I love the things that children love
Yet with a comprehension deep
That lifts my pining soul above
Those in which life as yet doth sleep.
All things that simple are and bright,
Unnoticed unto keen‑worn wit,
With a child's natural delight
That makes me proudly weep at it.
I love the sun with personal glee,
The air as if I could embrace
Its wideness with my soul and be
A drunkard by expense of gaze.
I love the heavens with a joy
That makes me wonder at my soul,
It is a pleasure nought can cloy,
A thrilling I cannot control.
So stretched out here let me lie
Before the sun that soaks me up,
And let me gloriously die
Drinking too deep of living's cup;
Be swallowed of the sun and spread
Over the infinite expanse,
Dissolved, like a drop of dew dead
Lost in a super‑normal trance;
Lost in impersonal consciousness
And mingling in all life become
A selfless part of Force and Stress
And have a universal home;
And in a strange way undefined
Lose in the one and living Whole
The limit that I call my mind,
The bounded thing I call my soul.