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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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Desafio de escrita dos Pássaros #6

O Amor, uma cabana... e um frigorífico

Charneca em flor, 18.10.19

Lembram-se da Sofia e do seu marido Gonçalo? Queixava-se ela de que o marido se tornara um homem acomodado. Mas nem sempre fora assim. Quando começaram a namorar, Gonçalo era extremamente romântico. Os seus gestos carinhosos eram quase quotidianos. Mesmo assim, Sofia achava que faltava qualquer coisa para ser plenamente feliz. Esta insatisfação seria, talvez, provocada pelos romances cor-de-rosa que ela lia.

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Gonçalo percebia estes sentimentos na namorada e fazia de tudo para corresponder aos seus anseios. O primeiro aniversário da relação aproximava-se e o jovem queria proporcionar uma surpresa inesquecível a Sofia. O problema é que não lhe ocorria nenhuma ideia suficientemente boa.

Mas os deuses estavam do lado dele. Sofia esqueceu-se do livro que andava a ler no banco do automóvel. Gonçalo folheou o livro, leu algumas partes e descobriu uma excelente maneira de surpreender a namorada.

Primeiro conseguiu que ambos tivessem um fim-de-semana prolongado. De seguida, deslocou-se ao local escolhido. Era uma singela cabana, junto a um ribeiro. Já não era utilizada há muito tempo e precisou de muitas horas de trabalho para ficar digna da sua “princesa". A mãe de Sofia também ajudou à festa preparando um saco de viagem. Sofia permanecia na ignorância.

Na véspera do aniversário, o jovem foi buscá-la ao emprego e convenceu-a a deixar-se vendar. No porta-bagagem seguia, para além das malas, um cesto de piquenique recheado de iguarias para o jantar.

A cabana ficara encantadora e Sofia ficou absolutamente derretida com o cenário. Sentiu-se a viver uma história de amor igual às que lia nos seus queridos romances. Depois do delicioso jantar, regado com um vinho que parecia néctar dos deuses, viveram uma noite de paixão arrebatadora como nunca tinham vivido.

Na manhã seguinte, ainda sob o efeito da paixão escaldante, Gonçalo levou-lhe o pequeno-almoço à cama. Como não havia fogão, ele preparou café e torradas numa fogueira que fez junto ao ribeiro. As torradas foram acompanhadas com doce caseiro e, no tabuleiro, Gonçalo colocou flores silvestres. Sofia acordou com um beijo do seu príncipe e sorriu. Mas a refeição matinal deixou-a aborrecida:

- Mas, meu amor, eu bebo sempre leite quente e torradas com manteiga. Não vou conseguir comer isto.
- Peço desculpa, meu amor, mas a cabana não tem electricidade. Como não temos frigorífico, não pude trazer-te leite nem manteiga.

Nesse momento, Sofia percebeu que “Amor e uma cabana" não era suficiente. Ela nunca seria feliz sem um frigorífico.

 

Aqui está a minha participação no Desafio de escrita dos Pássaros. Se quiserem encontrar mais histórias de amor é só passar por aqui.

 

 

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