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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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Mágoas do passado

Charneca em flor, 28.11.20

Mais um capítulo da história da "minha" Luísa

"A noite ia avançada mas Luísa não conseguia dormir. Tentara ler mas não se estava a conseguir concentrar. Há pouco ouvira a porta da rua fechar-se e, pela janela, vira Filipe sair. Não sabia se devia continuar as férias ou antecipar o regresso a casa. Afinal, pensara estar a salvo ali na pousada mas os seus anfitriões pareciam ser muito próximos de Filipe. Não lhe apetecia estar sempre a tropeçar nele. Não estava preparada para lidar com as sensações que ele lhe provocava.
A jovem pensou em descer e ir até à cozinha da pousada preparar um chá para a ajudar a adormecer. Ao aproximar-se da cozinha reparou que a luz estava acesa. Maria tinha tido a mesma ideia:

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- Então, Luísa. Também não conseguia dormir?! Eu estou a beber um chá de camomila. Quer uma chávena?
- Pode ser, obrigada.
- Presumo que o desconhecido que encontrou na cascata foi o nosso Filipe.
- Sim, foi ele. Notou-se muito que fiquei atrapalhada?
- Quase nada – disse Maria com um sorriso rasgado.
- É da vossa família?
- É como se fosse. Quando ele nasceu, os pais eram muito novos e ele foi criado aqui na aldeia, pela avó nos primeiros anos de vida enquanto os pais orientavam a vida lá em Lisboa. O tio dele fazia parte do nosso grupo de amigos. Aliás, é o melhor amigo do Fernando a ponto de ser nosso sócio aqui na pousada. Nós éramos adolescentes mas adorávamos o Filipe. Sentíamo-nos todos como se fossemos tios dele. Ele é um óptimo rapaz. Era muito ligado à avó, teve um desgosto enorme quando ela faleceu. Viveu com ela até aos 12 anos e depois foi viver com os pais. Mas assim que começavam as férias escolares, vinha logo para cá. Gosta muito de cá estar. É um artista, desenha maravilhosamente. Temos alguns trabalhos dele aqui nas nossas paredes. E foi ele que fez as fotografias da pousada que estão na nossa página electrónica.
- Ele comentou que estão a restaurar a casa da avó.
- Sim, é verdade. Ele não descansou enquanto os pais não ficaram com a casa. Sabe, ele pediu-nos o seu número de telefone mas, como é óbvio, nós não lhe demos. Temos que respeitar a privacidade dos nossos hóspedes mas, se quer que lhe diga, eu ficava muito feliz se vocês se conhecessem melhor. Porque não lhe dá uma oportunidade, Luísa?!
- Sabe, Maria, apesar de a conhecer há tão pouco tempo, sinto que posso confiar em si. Eu vim aqui para a sua aldeia para fugir de uma grande desilusão que sofri. Acho que vou ter muita dificuldade em confiar num homem mesmo que seja só como amigo."

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