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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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Spring, Ali Smith

Charneca em flor, 24.06.22

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Embora o Verão já tenha começado, o clima farrusco que se tem vivido nos últimos dias faz-nos pensar que a Primavera ainda não começou. Assim faz todo o sentido falar deste livro, "Spring". Este livro faz parte de uma tetralogia escrita pela britânica Ali Smith e que têm o nome das estações do ano. "Autumn" e "Winter" já li. Agora só fica a faltar o "Summer".

Embora se consiga estabelecer alguma ligação entre todas as obras, as histórias são independentes.

Em "Spring" encontramos 3 personagens centrais, um realizador de televisão em declínio, uma jovem que trabalha como segurança nas instalações de uma unidade de detenção de emigrantes e uma adolescente muito peculiar. Na parte inicial do livro, Ali Smith descreve alguns pormenores da vida do realizador e da jovem separadamente até que os seus destinos acabam por se cruzar.

Ali Smith volta a abordar alguns temas que já se encontravam nos outros dois volumes como sejam a velhice, a solidão, a política, a emigração ou os excluídos da sociedade, os invisíveis. Em "Spring", as condições de vida de um certo tipo de emigrantes é um dos temas que a autora mais desenvolve.

Pelo que me foi dado perceber, os nomes dos livros não tem, directamente, a ver com o espaço temporal em que as histórias decorrem mas sim com o ambiente que se vive. Neste caso considero que "Spring" tem a ver com a renovação e com a oportunidade de um certo recomeço que é dada às personagens. 

A escrita de Ali Smith continua a ser um dos pontos fortes e, provavelmente, é o mais cativante. A experiência de leitura em inglês continua a ser interessante e enriquecedora. 

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"There are much less bloody ways to hope for spring, the girl said. Better ways of working fruitfully with the climate and the seasons, than by sacrificing people to them. And anyway, you’re only doing it because some of you get off on the brutality. One or two people always do, always will. And the rest of you are worried that if you don’t do what everybody else is doing then the ones who get off on it might decide to choose you for the next sacrifice."

"April the anarchic, the final month, of spring the great connective. Pass any flowering bush or tree and you can’t not hear it, the buzz of the engine, the new life already at work in it, time’s factory."

 

P.S. - Obrigada, Rita da Nova, por me teres "apresentado" Ali Smith.