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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

O Prisioneiro do Céu, Carlos Ruiz Zafón

Charneca em flor, 14.04.17

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Acabei de ler o terceiro livro da saga do "Cemitério dos Livros Esquecidos". Só agora reparei que não tinha actualizado o livro do momento ali na barra lateral. A leitura foi tão rápida que nem tive tempo. Foi o primeiro que li depois de ter passado uns dias em Barcelona. Só  não  consegui ir procurar o tal Cemitério.

Zafón volta a "brincar" com as mesmas personagens dos romances anteriores, o Sr. Sempere, Daniel Sempere, Fermín e mesmo David Martin. A história começa no Natal a poucas semanas do casamento de Fermin. A proximidade deste acontecimento provoca grandes preocupações a Fermín, leva-o a recordar o passado e a partilhá-lo com Daniel. Adensa o mistério à volta do passado de Daniel mas não posso dizer mais nada senão...

Mais um livro intenso. Mal posso esperar para ler o último livro da saga. Mas agora é hora de deixar estas personagens descansarem e ir até Nápoles, ao encontro de Lila e Lenù

Fica só aqui a descrição da reacção de Fermín quando Daniel o leva a conhecer o Cemitério dos Livros Esquecidos:

 

"Segundo a minha experiência pessoal, quando alguém descobria aquele local, a sua reacção era de encantamento e assombro. A beleza e o mistério do recinto reduziam o visitante ao silêncio, à contemplação, ao sonho. Como é óbvio, a reacção de Fermín teve de ser diferente. Passou a primeira meia hora hipnotizado, deambulando como um possesso pelas passagens do enorme quebra-cabeças que era o labirinto. Parava para bater com os nós dos dedos em arcobotantes e colunas, como se duvidasse da sua solidez. Detinha-se em ângulos e perspectivas, fazendo um telescópio com as mãos e tentando decifrar a lógica da estrutura. Percorria a espiral de bibliotecas com o seu considerável nariz a um centímetro da infinidade de lombadas alinhadas em ruas sem fim, escrutinando títulos e catalogando tudo quanto descobria. Seguia-o a poucos passos, entre o alarme e a preocupação."

"O jogo do Anjo", Carlos Ruiz Zafon

Charneca em flor, 23.12.16

Quase que não conseguia acabar de ler este livro antes de entrar de férias. A urgência em acabar de ler é devida ao facto de o livro ser da biblioteca e estava mesmo a chegar a altura de o devolver. Fiquei com muita vontade de voltar a ler "A sombra do vento" e também com ainda mais vontade de conhecer Barcelona. Não é fácil falar das histórias criadas por Carlos Ruiz Záfon. São tão fantásticas que nem se conseguem descrever sem estragar o efeito surpresa. Para mim, para além das personagens  criadas por ele, os livros são verdadeiros protogonistas. Neste "O jogo do anjo" a história roda à volta dos estranhos problemas de um escritor,  David Martin, da sua relação com os livros, com outras pessoas que amam os livros, com a estranha casa que escolhe para viver. Uma história que vale a pena ser lida.

O cemitério dos livros esquecidos volta a ser visitado:

"Este lugar é um mistério. Um santuário. Todos os livros, todos os volumes que vês à tua frente, têm alma. A alma de quem os escreveu, a alma daqueles que os leram e viveram e sonharam com eles. De cada vez que um livro muda de mãos, de cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se mais forte. Neste lugar, os livros de quem já ninguém se lembra, os livros que ficaram perdidos no tempo, vivem para sempre, à espera de chegar às mãos de um novo leitor, de um novo espírito"

Em quantos livros já deixei a minha alma?!