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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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Doidos por Livros, Emily Henry

Charneca em flor, 09.08.23

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Em Março, devido a um problema na visão, aproveitei a minha assinatura do Kobo Plus para ouvir alguns audiolivros uma vez que estava com dificuldade em ler. Graças ao Kobo+Leya há já uma selecção de audiolivros muito interessante, com boa narração e edição. Um dos livros que li desta forma foi "Doidos por Livros" de Emily Henry e foi a 2a vez que li esta autora*. A receita "pessoas que gostam de livros" com romance tem tudo o que é preciso para me alegrar quando estou mais em baixo.

As figuras centrais são Nora, agente literária, e Charlie, editor. No início encontram-se em Nova Iorque, onde ambos vivem, para um possível consórcio profissional mas as coisas não correm muito bem entre eles. Alguns anos depois, uma personagem deliciosa, a irmã de Nora, Libby arrasta-a para uma pequena cidade do interior, cenário de um dos livros escrito por uma das autoras de Nora. Libby está investida em fazer com que a sua irmã viva um romance recheado por todos os clichés típicos dos romances. Nem tudo acontece exactamente como o planeado até porque Nora tem que lidar com a presença inesperada de Charlie na cidade.

"Doidos por Livros" é uma excelente leitura para as férias  Os clichés são completamente propositados, a autora brinca com a forma como se constrói um  romance e aflora um pouco o funcionamento do mercado editorial americano. Não será o melhor livro que lerei este ano mas foi uma leitura/audição muito prazerosa e divertida. Acho que vou voltar a ler Emily Henry quando precisar de uma leitura aconchegante.

 

"Já fiz isso antes, e nunca me arrependi, propriamente. Sempre tive coisas pelas quais estar grata.
A vida é mesmo assim. Estamos sempre a tomar decisões, a escolher caminhos que nos afastam do resto, antes de podermos ver onde eles iam dar. Talvez seja por isso que nós, como espécie, gostamos tanto de histórias. Todas aquelas oportunidades para fazer de novo, oportunidades para viver as vidas que nunca teremos."

*O outro livro que li de Emily Henry foi este

 

Romance de Verão, Emily Henry

Charneca em flor, 02.08.22

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No passado mês de Julho, a Rita da Nova escolheu este "Romance de Verão"* de Emily Henry para o Clube do Livra-te. Nunca tinha ouvido falar desta autora norte-americana parece que já é muito conhecida. Eu não costumo ligar muito aos livros que estão mais em voga ou best sellers mas este meu preconceito pode impedir-me de ler livros giros como é o caso deste "Romance de Verão".

A história parte de uma premissa muito curiosa e interessante.

As personagens principais são January, uma escritora de livros românticos, e August, ou Gus, que escreve livros densos e tristes designados por ficção literária. January e August conhecem-se na faculdade mas tornam-se rivais uma vez que os seus estilos literários nada tem a ver um com o outro. Num momento particularmente difícil da vida, ela muda-se para uma casa junto à praia onde o seu pai viveu uma história de amor extra-conjugal. O seu vizinho mais próximo é August que ela já não via há anos.

Sem revelar muito vou só dizer que, a dada altura, January e August entram num desafio e combinam trocar de género literário. O vencedor será o que vender o livro primeiro ganhando mais dinheiro.

A leitura desta obra foi uma boa experiência. A escrita de Emily Henry é cativante, constrói boas personagens e consegue alternar, com mestria, momentos de humor com elementos mais dramáticos e comoventes.

Gostei muito do livro e talvez experimente ler outros livros da autora se tiver oportunidade. No entanto, achei que algumas personagens deviam ter tido mais protagonismo. Por exemplo, January cruza-se com a amante do pai algumas vezes mas interagem pouco. Na minha opinião, elas deviam ter estabelecido algum tipo de relacionamento, acho que a história ganharia com esse aspecto. O final pareceu-me atabalhoado já que a autora tratou o final do desafio da escrita dos livros de forma muito superficial. Seja como fôr, é uma boa leitura para levar para a praia, para a piscina mas também se pode guardar para as tardes de Outono, sabe bem ler este livro em qualquer das estações.


"– Tu vais tentar escrever ficção literária sombria, ver se te transformaste nesse tipo de escritora agora, se és capaz de ser essa pessoa. – Revirei os olhos e roubei o último pedaço de donut da sua "mão. Ele continuou, imperturbável: – E eu vou escrever um livro com um final feliz.

Os meus olhos fixaram-se nos dele. As franjas de luz do alpendre começavam a abrir caminho através do nevoeiro agora, roçando na janela do carro e captando o ângulo pronunciado do seu rosto e a madeixa escura que lhe caíra na testa.

– Estás a brincar.
– Nada disso – disse ele. – Não és a única que caiu na rotina. Sabia-me bem fazer uma pausa no que estou a fazer...

– Porque escrever um romance cor-de-rosa vai ser tão fácil que essencialmente será uma sesta para ti – provoquei.

– E tu podes abraçar a tua nova perspetiva sombria e ver se te agrada. Se esta é a nova January Andrews. E quem vender o seu livro primeiro, com um pseudónimo, se preferires, ganha."

 

 

* "Beach Read" no título original