Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Lotaria Literária #180

Charneca em flor, 29.06.20

"Começou a acompanhá-la todas as manhãs no caminho para a escola. Chegava sem falta pelas sete e vinte, era ainda lusco-fusco, e aguardava pacientemente o vulto adorável que lhe entrara de rompante na vida."

A vida num sopro

José Rodrigues dos Santos

Gradiva

ISBN 978-989-616-276-4

José Rodrigues dos Santos é o escritor português mais prolífero da actualidade. Há quem diga que não é ele que escreve os livros mas que tem uma equipa a trabalhar para ele. Só assim se explica que publique em tão grande quantidade. Tem uma legião de fãs. Eu não faço parte dessa legião mas já li alguns livros dele. Este livro faz parte daqueles em que não passei das primeiras páginas. Qualquer dia dou-lhe uma nova oportunidade.

 

Lotaria Literária #151

Charneca em flor, 01.06.20

"A marcha nupcial encheu a Igreja Patriarcal Surp Asdvadzadzin, no coração de Constantinopla, e uma erupção de aplausos irrompeu no santuário quando o casal se virou e desceu do espaço diante do altar, atravessou o coro e foi receber os cumprimentos de familiares e amigos que se concentravam no corredor central."

O Homem de Constantinopla

José Rodrigues dos Santos

Gradiva

ISBN 978-989-616-549-9

Já tenho este livro há imeeeenso tempo mas nunca fui capaz de passar das primeiras páginas.

Lotaria Literária #96

Charneca em flor, 05.04.20

"Os nove estudantes acercaram-se da cama onde o lençol escondia o corpo debilitado do paciente, um velho de rosto ossudo e olhar macilento."

O Anjo Branco

José Rodrigues dos Santos

Gradiva

ISBN 978-989-616-390-7

Não sou fã incondicional do "Dan Brown português" mas já li alguns livros dele. Outros nunca consegui avançar das primeiras páginas. Este "O Anjo Branco" chega aqui como uma homenagem aos médicos e outros profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate que todos travamos contra este vírus que mudou a nossa vida.

 

"O Anjo Branco", de José Rodrigues dos Santos

Charneca em flor, 08.11.11

 

Para começo de conversa, tenho a dizer que embirro com o José Rodrigues dos Santos. Não compreendo como é que ele tem tempo de escrever um romance de 600 e tal páginas todos os anos e ainda conseguir trabalhar na RTP. Para além disso, pareceu-me que os livros "A Formula de Deus" e o "Sétimo Selo" foram publicados para aproveitar a moda das histórias de conspiração de Dan Brown e similares. Também não percebo a necessidade de pegar em temas religiosos e polémicos. No entanto, li uma reportagem na revista "A Volta ao Mundo" sobre este livro e a viagem que José Rodrigues dos Santos fez a Moçambique e fiquei muito curiosa. O livro já estava cá em casa desde o natal passado mas só li agora. Fiquei agradavelmente surpreendida. José Rodrigues dos Santos coloca neste romance, a sua alma, as suas recordações da infância em Moçambique, as lembranças do pai que  foi médico em Moçambique onde fundou o Serviço Médico Aéreo levando os cuidados de saúde às aldeias mais recôndidas de Moçambique.

 

A figura central é o médico José Branco, baseado, como já disse, no pai do próprio autor. Ao longo do romance vamos acompanhando todo o percurso de vida, a infância e adolescência em Penafiel, a vida académica em Coimbra até culminar com o exercício da medicina em Moçambique. Também presente está a Guerra Colonial e a Ditadura, a Pide, o racismo e a falta de liberdade de expressão. A parte que tem mais, intimamente, a ver com a Guerra é um pouco chocante mas faz sentido porque  conduz a um dos mais terríveis segredos da Guerra Colonial. Li, do princípio ao fim, com o mesmo interesse e fiquei cheia de pena quando acabou. Um importante documento ficcional que traz, aos dias de hoje, um pouco da nossa História recente.

 

«A viagem do aeroporto, situado em Chingodzi, até Tete foi relativamente curta, mas demorada. A estrada era de terra  batida avermelhada. Parecia pó de tijolo, varrida por sucessivas nuvens de poeira que as viaturas erguiam a caminho da cidade, como se os pneus fossem tubos de escape. A paisagem apresentava-se plana e seca, dominada por árvores gigantes com enormes raízes e troncos largos e rudes, que davam a impressão de músculos em esforço. As copas estavam despidas, com os ramos nus espetados em todas as direcções; parecia um emaranhado de arames. Os dois Brancos nunca tinham visto coisa igual.

 "Que árvores são estas?", quis saber Mimicas.

O inspector ixou a atenção numa árvore monumental mesmo ao lado da estrada.

"Embondeiros"»