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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

"A Promessa", Lesley Pearse

Charneca em flor, 27.03.17

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Das várias escritoras anglo-saxonicas que são publicadas em Portugal, a minha preferida é Lesley Pearse. Já li imensos livros dela e nem sempre tenho oportunidade de falar deles aqui. 

"A Promessa" é o segundo livro de uma saga de 3 livros mas que podem ser lidos separadamente. Quando há relação entre as histórias dos livros, eu gosto de lê-los por ordem cronológica. Manias.

O primeiro livro tem o título de "Sonhos Proibidos" e a história começa em 1910 num dos bairros mais pobres de Londres. A personagem principal é Belle, uma jovem de 15 anos protegida pela ama que a criou e que cresce num bordel dirigido pela mãe sem se aperceber. Um dia assiste a um crime e esse facto vai ser determinante para a sua vida. Raptada e obrigada a prostituir-se, é levada até Nova Orleães. Lesley Pearse apresenta-nos a vida luxuosa dos bordéis  de Nova Orleães. Belle é uma mulher forte, como todas as heroínas de Lesley Pearse, e tenta lutar contra o seu destino.

Este segundo livro encontra Belle feliz em Inglaterra mas adivinham-se tempos difíceis não só para ela mas para toda a Europa. A história inicia-se em Julho de 1914. Lesley Pearse transporta-nos para as trincheiras e para os hospitais onde se recebem os feridos e estropiados da guerra. O enquadramento histórico que serve de cenário às personagens é tristemente fascinante. Mais uma história rica sobre a força de uma mulher que sofre e luta por amor. 

O terceiro livro tem como personagem principal, Mariette, a filha de Belle. Lesley Pearse leva-nos, de novo, a um cenário de guerra, a Segunda Guerra Mundial. 

Nos tempos conturbados em que vivemos hoje é importante olhar para o passado, aprender com os erros e tentar fazer melhor. Será possível?!

 

Se Belle fosse como qualquer uma dessas vulgares jovens bem-educadas, não aspiraria a mais do que ser uma esposa bem-amada. Mas Belle não era vulgar, não  tinha tido uma infância normalcom uma mãe que cuidasse da cas enquanto o pai trabalhava fora.  Na idade mais impressionável, fora levada para longe de casa e, de ambos os lados do Atlântico, aprendera coisas que haviam apafado a sua inocência e lhe tinham ensinado a arte de sobrevivência.

"A melodia do amor", Lesley Pearse

Charneca em flor, 16.08.14

As férias, que já passaram, são uma excelente oportunidade para ler. Uma das obras que me encheram os dias e as noites de férias foi "A melodia do amor" de Lesley Pearse. Apesar de ter lido na versão ebook, isso não diminuiu o prazer da leitura. Já devo ter lido a maioria dos livros desta autora editados em Portugal e ela nunca me desilude. Os livros de Lesley Pearse têm em comum o facto de a personagem central ser uma mulher, uma mulher forte que enfrenta ventos e tempestades para ser feliz. No entanto, ela também constrói excelentes personagens masculinas. O enquadramento histórico também costuma ser muito bom. Em suma, são histórias bem construídas. A princípio fiquei um bocadinho aborrecida porque a história tinha alguns pormenores em comum. A heroína vive em Inglaterra, no século XIX, passa por muitas dificuldades e, a dada altura, resolve emigrar para os Estados Unidos da América. Beth, assim se chama a personagem, viaja acompanhada pelo irmão depois de perderem os pais. Acabam por ir para o Canadá por causa da corrida do ouro do Klondike. Beth tem um talento inato para tocar violino o qual a acompanha para todo o lado. A música ajuda-a a ganhar a vida e a arranjar forças para enfrentar os problemas e as tristezas. Ler Lesley Pearse ajuda-nos a ter esperança num amanhã mais feliz por mais negro que seja o momento presente. Como eu dizia no início, nunca me desilude.

 

"Os dedos dela deslizavam como mercúrio pelas cordas e arco fazia-as cantar. Movia todo o corpo ao ritmo da música, de olhos fechados e completamente absorta.

Sentiu mais do que viu o apreço do público: o bater dos pés tornou-se mais forte, e os que dançavam soltavam gritos de alegria. De repente, soube que fora para aquilo que nascera, para tocar uma música viva e alegre que a elevava a ela e aos que a ouviam até um lugar melhor. Esqueceu-se que estava num navio rodeada de pessoas de cara pálida e suja e sentiu-se como se estivesse a dançar descalça num prado salpicado de flores à luz do sol.

Quando a música acabou e voltou a abrir os olhos, viu que tinha levado toda a gente para o mesmo lugar. À sua volta só havia olhos brilhantes, sorrisos rasgados e rostos molhados de suor." 

"Segue o coração. Não olhes para trás" de Lesley Pearse

Charneca em flor, 27.09.11

 

Este é já o terceiro livro que leio de Lesley Pearse. Esta autora escreve sempre sobre mulheres e mulheres muito fortes. Desta vez a heroina é Matilda Jennings e a acção conduz-nos desde os bairros mais miseráveis de Londres, em 1842, até aos Estados Unidos da América do início do século XX durante 783 páginas. Ao longo destas páginas acompanhamos a construção de um país já que atravessamos os pontos cruciais da História dos Estados Unidos da América, desde os primórdios de Nova Iorque passando  pela conquista do Oeste Selvagem pelos colonos em busca de terra, a corrida do ouro ou a Guerra entre o Norte e o Sul. No início da história, Matilde é uma simples vendedora de flores que, por um acto desinteressado, salva a vida de uma criança e esse momento muda a sua vida para sempre. Um romance, ao mesmo tempo histórico e épico, de amor, morte, lágrimas e alegria (como diz na contracapa). Um exemplo de que por maior que seja a dor, por maior que seja a queda, haverá sempre motivo para nos levantarmos. O volume do livro assusta, a princípio, mas prende-nos até ao último momento. 

Uma das frases mais marcantes desta história foi colocada, pela autora, na boca de Matilda: " Mas, acima de tudo, quero ter feito uma diferença na vida de outras pessoas", um excelente lema de vida.

 

 

Sinopse:

 

"Aquele podia ter sido um dia como tantos outros na vida de Matilda, uma pobre vendedora de flores. Mas aquele é o dia em que Matilda salva a vida de uma criança e recebe a mais preciosa das dávidas: a oportunidade de fugir da mde iséria e construir uma nova vida. Em brevetrocará os bairros degradados de Londres pelos recantos misteriosos de Nova Iorque, as planícies do Oeste Selvagem e a febre do ouro em São Francisco. Munida apenas da sua coragem, beleza e inteligência, a jovem está apostada em ditar o seu destino, nem que para tal tenha de lutar contra tudo e todos. A sua rebeldia condena-a à solidão. Mas um dia também viverá as emoções de um verdadeiro amor.Um amor que terá de suportar a separação, a guerra e os tormentos do nascimento de uma nova nação. Será no Novo Mundoque Matilda vai aprender o que a sua infância não lhe ensinou: que todos nascem iguais, que a coragem e a generosidade são o que de mais nobre pulsa no coração humano, e que, por mais doloroso que seja, a vida tem de continuar e nunca se deve olhar para trás."