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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

Lotaria Literária #194

Charneca em flor, 18.07.20

"Sonia tivera uma crise de lágrimas, respondera através dos seus soluços que faria tudo, que estava disposta a tudo, mas não fizera qualquer promessa formal e, no seu foro íntimo, não se sentira capaz de fazer o que exigiam dela."

Guerra e Paz

Volume II

Lev Tolstoi

Saída de Emergência

Já li o primeiro volume. Ainda não tive coragem para me lançar ao segundo. Esta personagem,. Sonia, deve ser a mais sofredora.

 

Guerra e Paz, Lev Tolstoi

Charneca em flor, 04.01.19

Quando se viaja para um país estrangeiro, há várias maneiras de o conhecer. Pelas paisagens, pelos monumentos, pela música, pela gastronomia, pelos mercados e supermercados para nos misturarmos com os locais ou pela literatura. Já por várias vezes que continuo a viajar através dos livros que leio. Quando voltei da Hungria, li "As velas ardem até ao fim" de Sandór Márai e quando voltei dos Balcãs li "A ponte sobre o Drina" do Prémio Nobel Ivo Andrić. No último Verão estive em São Petersburgo na Rússia. Quando voltei não descansei enquanto não comprei o clássico da literatura "Guerra e Paz". Meti-me numa grande empreitada que durou de Setembro até Dezembro. E ainda só li o primeiro volume. 

Para quem gosta de literatura era uma grande lacuna nunca ter lido nenhum clássico russo. 

Apesar de não ser uma obra fácil, gostei muito da experiência. O enquadramento histórico que serve de fundo às várias histórias está muito, muito bem feito. Acompanhamos as desventuras das tropas russas contra as investidas de Napoleão Bonaparte. O que é interessante é como a guerra fica distante da alta sociedade que continua a participar nos serões, nos bailes ou a assistir à ópera. Tolstoi faz um retrato impressionante da sociedade russa fazendo uma certa crítica social através de uma ironia refinada. Embora não se possam comparar génios, quase que me faz lembrar o nosso Eça de Queiroz embora Lev Tolstoi faça uma crítica mais "disfarçada", quase imperceptível mas acutilante. 

Como qualquer clássico, pode-se considerar uma história intemporal. Aliás, essa é a definição de clássico, não é verdade? Muitas das manias da sociedade russa da altura, são também as manias da sociedade actual principalmente no que diz respeito às desigualdades sociais. 

Uma obra que deve fazer parte da prateleira de qualquer amante da literatura.

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