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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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Não há bem que sempre dure

O Desafio dos Pássaros chega ao fim

Charneca em flor, 20.05.20

Os últimos meses de 2019 ficaram marcados, aqui no charco dos batráquios, pelo Desafio dos Pássaros. Como não ficaram satisfeitos com a primeira edição, voltaram ao ataque com uma segunda edição. Aquele problema* que todos conhecem, e do qual já não me apetece falar, veio abalar os alicerces dos vários ninhos mas não os derrubou. Os moldes do desafio mudaram ligeiramente e, semana após semana, os textos lá foram surgindo.

Eu aderi desde a primeira hora e fui-me mantendo mais ou menos firme. Só nas últimas 2 ou 3 semanas é que falhei. O tal problema* acabou por afectar a minha inspiração. Espero conseguir escrever sobre o último tema.

Sim, é verdade. O Desafio dos Pássaros encerra-se esta semana e eu quero agradecer ao bando dos Pássaros por esta ideia. Foi um privilégio e uma alegria participar. Diverti-me a escrever mas principalmente a ler aquilo que os outros participantes escreveram. Descobri inúmeros blogues que não conhecia. Foi um verdadeiro prazer. Obrigada a todos por tudo e sobretudo pelos elogios (manifestamente exagerados) que me foram fazendo. Neles encontrei ânimo e inspiração. Bem hajam.

Desafio dos Pássaros- A reflexão

Charneca em flor, 31.12.19


Os Pássaros fizeram a proposta mas eu tenho andado muito ocupada e ainda não tinha tido a oportunidade. O Natal e a minha viagem de fim de ano ocuparam todo o espaço disponível na minha cabeça. Comecei a escrever este texto no Aeroporto Saint-Exupéry em Lyon enquanto esperava o voo que me trouxe de volta a Portugal. E que sítio seria mais inspirador do que um Aeroporto que carrega o nome de um dos meus escritores favoritos?
Agora indo ao ponto que me leva a escrever este desabafo, o Desafio de Escrita dos Pássaros tem sido muito enriquecedor por vários motivos. Embora sempre tenha gostado de escrever, esta foi uma prova de fogo que me fez sair, muitas vezes, da minha zona de conforto com os temas que foram sendo propostos. Semana a semana aprendi muito sobre mim e sobre a minha forma de escrever.
Em primeiro lugar, foi um desafio à minha capacidade de síntese porque foi muito difícil para mim que todas as ideias coubessem em 400 palavras, apenas. Apercebi-me que utilizo um vocabulário muito limitado. Tendo em conta que a língua portuguesa é tão rica, é uma pena não escrever com um maior número de palavras diferentes. Outro facto interessante, foi a constatação da minha insegurança embora isso não tenha sido uma grande surpresa. Quando leio os outros textos não consigo deixar de comparar a qualidade da minha escrita com a dos outros participantes. Na verdade, acompanhar as partilhas dos outros autores faz-nos imergir num verdadeiro banho de talento literário. E, na minha opinião, eu fico sempre a perder. Eu sei que este desafio não é um concurso mas não consigo evitar. Na verdade, acompanhar as partilhas dos outros autores faz-nos imergir num verdadeiro banho de talento literário. Estou a contar que algumas gotas desse talento cheguem até à minha humilde pessoa,
Seja como fôr não será a minha insegurança que me fará parar. Contem comigo e com as minhas limitações para o Desafio de Pássaros parte II.

A minha pátria é a língua portuguesa

Charneca em flor, 27.05.18

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Já há muito que sou apaixonada pela nossa língua. Adoro ler e escrever. Podia escrever bem melhor como ficou provado neste episódio noutro blogue onde fui "atacada" pelos inúmeros polícias da língua portuguesa. Ontem reuniram-se uma série de circunstâncias que me levaram a reflectir sobre a riqueza da nossa língua seja qual for o local onde é pronunciada.

Tenho andado a ler e a estudar o livro "na ponta da língua" de Sérgio Luís de Carvalho onde são descritas mais de 200 palavras, mais ou menos usadas no dia-a-dia, no que diz respeito ao seu significado e origem.

Também recebi a 1a Granta em Língua Portuguesa que substituí a Granta Portugal. A partir de agora, a Granta é editada em simultâneo nos 2 lados do Oceano Atlântico. O tema desta primeira edição é, muito convenientemente, Fronteiras (ou a ausência delas). Reune textos de vários autores da lusofonia como José Eduardo Agualusa, Francisco BoscoAdriana Lisboa ou Teresa Veiga. Como diz, Carlos Vaz Marques, na última frase da introdução, "Em português nos des/entendemos"

Por coincidência, a crónica da rapper Capicua na revista Visão também girava à volta da língua, nomeadamente, no que diz respeito à diferente pronúncia e ao vocabulário utilizado nas várias regiões do país. Um rapper brinca com as palavras e a Capicua é mestre nesta arte escrevendo também letras para outros artistas. Divagava ela sobre o desejo de escrever uma letra que consagrasse todas as variações que existem na nossa língua que tantas vezes levam a engraçados mal-entendidos. Seria uma letra recheada de palavras e reflectiria aquilo que a Capicua sente na pele já que divide a sua vida entre Lisboa e Porto.

A meu ver, todas as diferenças que o português possa ter, seja a grafia, a pronúncia ou os vocábulos específicos de cada país ou região, é que lhe dão riqueza e a fazem evoluir. Por isso me custa tanto que a espartilhem num Acordo Ortográfico que tenho sido resistente em aplicar. Não me importo nada de ler um romance escrito por um brasileiro já que é assim que se expressa e foi assim que ele aprendeu. Se for uma tradução de um texto ou livro científico já me incomoda mais até pela constatação de que há mais traduções científicas no Brasil do que em Portugal. Na faculdade, troquei traduções brasileiras por originais em inglês porque, em alguns casos, compreendia melhor. Até na relação da nossa língua com o inglês evoluímos de maneira diferente dos brasileiros. 

Pensando bem tenho dificuldade quem está mais correcto, se somos nós ou os outros países lusófonos. Afinal a origem foi este pequeno rectângulo onde vivemos mas, ao sairmos da nossa zona de conforto, espalhámos a língua portuguesa pelos 4 cantos do mundo. Temos que aceitar que esses povos a foram adaptando às suas próprias circunstâncias.

Já dizia Fernando Pessoa, pela pena do seu heterónimo Bernardo Soares, no "Livro do Desassosego", A minha pátria é a língua portuguesa.

Ler

Charneca em flor, 13.02.11

 

Desde pequena que sou viciada em livros. O primeiro livro que me lembro de ter adorado foi uma banda desenhada da Abelha Maia, edição do Circulo de Leitores, oferecido pelo meu padrinho, outro grande leitor, quando eu tinha 5 anos. Obviamente que nessa altura ainda não sabia ler, então chateava a minha mãe para ela me ler os balões vezes sem conta. Quando ela já não tinha paciência, eu resolvia o problema. Folheava o livro, olhava para os desenhos e inventava o que as personagens diziam, ou seja, contava a história à minha maneira.

Ansiava entrar para a escola para aprender a ler. Quando, finalmente, aprendi a ler, lia tudo o que apanhava. Nessa altura, os meus pais não tinham muitas possibilidades de me comprar muitos livros mas, mesmo assim, fui recebendo alguns. Lembro-me de um que eu adorava, "A pequena Sereia". Pelos meus 8/9 anos, o meu pai deu-me um dos melhores presentes que podia ter dado, inscreveu-me na Biblioteca Fixa da Gulbenkian que havia na minha terra. E aí abriu-se um novo mundo para mim. Devo ter sido das sócias mais assíduas lá da Bibiloteca. Graças a isso, fui dando alimentando essa paixão e esse prazer da leitura. Ler a melhor maneira de passar as férias. Nem tem conta os livros que devorei. Em tempos tentei fazer uma lista dos livros que já tinha lido mas é uma tarefa quase impossível.

Desde que comecei a trabalhar, uma da coisas em que fui gastando algum dinheiro foram os livros. Nem sei quantos tenho, só sei que a estante é grande mas mesmo assim os livros já estão em segunda fila. Tenho vários à espera do espaço temporal e psicológico para serem lidos. Não é só a falta de tempo que me impede de ler determinado livro. Já me tem acontecido começar a ler e não conseguir avançar a partir de certa altura. Quando assim é, desisto. Ao fim de algum tempo, às vezes anos, volto a pegar nele e torna-se, para mim, num livro espectacular.

A partir de agora vou tentar ir falando aqui dos livros que for adquirindo e daqueles que conseguir ir lendo.