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Livros de Cabeceira e outras histórias

Todas as formas de cultura são fontes de felicidade!

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Um Homem chamado Ove, Fredrik Backman

Charneca em flor, 24.09.22

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Já há algum tempo que eu tinha ouvido falar deste livro mas aconteceu lê-lo durante o mês de Agosto, na recta final das minhas férias.

A primeira pergunta que esta leitura me colocou foi: "Mas porque é que não o li mais cedo?"

"Um Homem chamado Ove" é uma história divertida, irónica, encantadora e muito comovente. A figura central é Ove, um idoso rabujento, que só quer que o deixem em paz enquanto realiza uma tarefa muito específica e preponderante para a sua vida. Só que os problemas da vizinhança vão-lhe entrando pela porta atrapalhando os seus planos.

A qualidade da escrita bem como a história em si encantaram-me. E só isto já era suficiente para este livro ficar bem colocado como uma das minhas melhores leituras de 2022 mas o autor consegue ir para além disso. Fredrik Backman conduz o nosso pensamento para a importância do envelhecimento activo, para a solidao dos idosos e para a injustiça que as empresas cometem quando colocam de parte trabalhadores válidos só porque são mais velhos. A sua maravilhosa personagem central, o Ove, mostra-nos que, muitas vezes, debaixo de uma aparência mal disposta e rabujenta se pode esconder um passado sofrido que conduziu a um presente amargo mas também um grande coração.

Já há muito que não acabava de ler um livro com lágrimas nos olhos. Só alguém com uma pedra em vez de um coração é que não se comoverá com Ove e a sua maravilhosa história.

"Faltavam cinco para as seis da manhã quando Ove e o gato se encontraram pela primeira vez. O gato de imediato sentiu uma antipatia imensa por Ove. E o sentimento não poderia ser mais recíproco.

Ove tinha-se levantado dez minutos antes, como era seu costume . Não percebia como é que havia pessoas que dormiam de mais e depois deitavam as culpas ao 《o despertador que não tocou》. Ove nunca tinha tido um despertador em toda a sua vida. Acordava às quinze para as seis e levantava-se prontamente.

Todas as manhãs, durante as quase quatro décadas que viviam nesta casa, Ove tinha ligado a cafeteira eléctrica, usando a mesmíssima quantidade de café  de todas as outras manhãs, e de seguida bebia uma caneca na companhia da mulher. Uma dose para cada caneca , e uma dose extra para a jarra da cafeteira - nem mais nem menos. As pessoas já nem isso sabiam fazer, preparar um cafe decente. Da mesma forma que hoje em dia já ninguém sabia escrever à mão. Porque agora tudo se resumia a computadores e máquinas de café expresso. E o que iria ser do mundo se as pessoas já nem sequer sabiam escrever à mão ou preparar uma chávena de café?"

 

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